quarta-feira, 19 de março de 2008

Para quem quer mudar o Brasil


"Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e ficam como únicos moradores no meio da terra!" (Isaías 5.8)

"E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria... e até almas humanas." (Apocalipse 18.11, 13b)

Na estrada da transformação do Brasil, uma medida se impõe – a reforma agrária. O País tem sofrido de aguda injustiça fundiária desde o seu nascedouro: as chamadas capitanias hereditárias, onde nobres portugueses recebiam incomensuráveis glebas de terra no Brasil, foram os meios escolhidos pela coroa portuguesa para incentivar a colonização do novo território. Desde então, a nação brasileira sofre a desdita de ver grande parte de seu ativo fundiário nas mãos de poucos proprietários, isso sem contar que muitos destes proprietários galgaram essa posição por meios violentos e ilegais. Nada é tão confuso e tão eivado de corrupção no País quanto a questão da posse da terra.

Uma das questões que subjazem nesse desafio nacional é o princípio de que, uma vez que você tenha poder aquisitivo, você pode ter o quanto de terra e casa você quiser. Como se pode perceber, o princípio que norteia os textos bíblicos acima é contrário a esse paradigma; isto é, o texto impõe limites, ninguém pode ter tudo o que quer só porque pode. O princípio das Escrituras impõe limites ao poder aquisitivo. E esse é o primeiro padrão que precisa ser atacado no País – é preciso impor um limite à posse, tanto ao número de propriedades, quanto ao tamanho das mesmas. Segundo as Escrituras, ninguém pode concentrar propriedades a ponto de ameaçar a moradia ou direito à terra de todos, que é justamente o que acontece no Brasil.

Concentrando-nos na questão agrária nos damos conta de que o País sofre, ainda, a agravante de que o latifúndio pratica a monocultura, movido por aquilo que o mercado internacional paga melhor – que é o princípio do chamado agronegócio. Esse princípio compromete a agricultura de subsistência, responsável pela produção de alimentos, e é responsável pelo êxodo rural, pelo aprofundamento da pobreza e pela utilização dos transgênicos, atentando contra a economia popular e contra a soberania nacional.

No caso dos transgênicos, este atentado acontece porque acabamos por pagar "royalties" por algo em que, até então, éramos soberanos (há ainda que se considerar que os transgênicos transformam seres humanos em cobaias e submetem o meio ambiente a impacto não prognosticável). Já no caso do agronegócio, somos atingidos ao vendermos os grãos e depois os readquirimos após beneficiamento realixado pelos nossos antigos clientes, agora credores.

Lamentavelmente, o governo popular, eleito para dar cabo a essa série de injustiças e de encabrestamento da economia nacional, tem capitulado e sido cooptado por interesses que só fazem perpetuar esse estado de abuso. Esse governo, além de não cumprir as metas que estabelece em relação à reforma agrária, não consegue sequer fazer votar uma lei que coloque à disposição dessa reforma as terras onde for encontrada a prática de trabalho escravo – e estima-se que, em números absolutos, há, hoje, no País, mais escravos do que no tempo da escravatura. A Igreja tem de ser agente dessa mudança pelo ensino, pela oração, pelo protesto, pela denúncia. Quem sabe não conseguiríamos levantar um milhão de assinaturas e provocar a votação de uma lei que puna severamente os que praticam trabalho escravo, além de colocar as suas terras, imediatamente, à disposição do programa de reforma agrária.

Ouvi de um especialista em direito que no Brasil se dá mais valor ao direito à propriedade do que ao direito à vida. Enquanto isso não mudar, não haverá um País novo. Precisamos levar o Brasil à submissão ao padrão bíblico também na questão fundiária. A teologia pode ser posta em prática.


Por: Ariovaldo Ramos

http://www.teologiabrasileira.com.br

sábado, 8 de março de 2008

LOUVOR, UM ESTILO DE VIDA


Tenho um amigo que concluiu seus estudos de mestrado de forma brilhante. A banca examinadora achou excelente seu trabalho escrito, dissertação como costumamos dizer no meio acadêmico. E, por isso, conferiu-lhe nota 10 "com louvor". Até onde sei, ninguém na banca era cristão, mas louvaram o trabalho desse meu amigo. Ninguém cantou, mas todos elogiaram, falaram bem. Nesse caso o louvor foi um reconhecimento público do trabalho que ele fez. Aliás, até mesmo na Bíblia há pessoas recebendo elogios. É o caso da mulher virtuosa, que é louvada pelo marido. Ele diz: "Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas" (Provérbios 31.29).

Isso levanta a seguinte pergunta: que é louvor cristão? Em muitas igrejas louvor são aqueles dez, quinze, vinte ou mais minutos do culto quando cantamos várias músicas, muitas vezes com uma oração entre uma música e outra. De uns tempos para cá, essa palavra tornou-se sinônimo de música evangélica, especialmente quando cantada nos cultos de nossas igrejas. Acontece que, se o nosso louvor é só isso, então temos um problema, pois não estamos entendendo nada de louvor.

Para início de conversa, é necessário entendermos o significado da palavra "louvor". Mestre Aurélio diz que "louvor" é, entre outras coisas, "elogio, exaltação, glorificação, aplauso". O Antigo Testamento, que foi escrito em hebraico, apresenta exatamente essas idéias quando fala de louvor. Qualquer pessoa pode receber elogios. E quem não gosta? Como se vê, louvar é elogiar, falar bem, aplaudir alguém por aquilo que essa pessoa é ou faz.

Em segundo lugar, existem basicamente duas maneiras de você e eu elogiarmos. Podemos falar bem de alguém a outras pessoas e podemos dizer diretamente a ela como apreciamos o que ela é ou aquilo que fez. Na hora do almoço, lá em casa, enquanto converso com minha família, posso elogiar o pastor da nossa igreja por ver o esforço com que se dedica ao ministério. Ou posso dizer diretamente para ele que admiro o trabalho que realiza. Essas são as duas formas de louvor.

E, terceiro, não basta entender que louvar é falar bem de outra pessoa. É preciso imaginar maneiras de fazê-lo. Deus, mais do que qualquer outra pessoa, merece nosso aplauso. Vamos, então, pensar como podemos falar bem daquele que nos criou e redimiu. Infelizmente, aqui não há espaço para detalhar todas as maneiras possíveis de se louvar a Deus – vamos ter de nos contentar com uns poucos exemplos.

Louvor a Deus acontece quando, no emprego ou numa roda de amigos, a pessoa testemunha da própria conversão, deixando claro para os outros que foi Deus quem operou a mudança em seu coração. Acontece quando, em suas orações, seja em seu cantinho ou em público, a pessoa reconhece quem Deus é e o que tem feito por ela. Acontece quando entrega o dízimo ou uma oferta, sabendo lá no fundo do coração que o Senhor é tão bom que merece aquele presente. Acontece quando, depois de ter implorado algo a Deus, lembra-se de agradecer depois de receber a bênção que pediu. Acontece quando, antes mesmo de receber a bênção pedida, a pessoa fala para os outros e para o próprio Deus como ele é bom e amoroso. E, é claro, acontece quando canta hinos que elogiam a Deus.

Eu me aventuro a dizer que louvor é um estilo de vida. Caso contrário, os salmos não falariam bem de Deus nas horas de angústia e aflições. Veja, por exemplo, o salmo 57. Ao mesmo tempo em que clama por misericórdia por causa das perseguições que estava experimentando (versículos 1, 4 e 6), o salmista afirma que vai louvar a Deus (versículo 9) e duas vezes pede: "Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e em toda a terra esplenda a tua glória" (versículos 5 e 11). Como pode-se ver, louvor é um jeito, uma maneira de viver, é um estilo de vida.

Felizmente, não é preciso muita massa cinzenta para descobrir maneiras de louvarmos a Deus. Vamos, exercite sua imaginação. Cante louvores a Deus no culto em sua igreja, mas elogie-o também em todas as outras horas. Com palavras e ações, fale bem dele para os outros. E, também com palavras e ações, declare a Deus como ele é importante em sua vida.


Por: Márcio Redondo

Fonte: www.teologiabrasileira.com.br

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