Filipe II, rei da Macedônia, foi muito acusado por seus compatriotas de indigno de ser rei; indigno de ser comandante; indigno mesmo de ser grego ou de ser considerado nobre.
No entanto, encontrava prazer em escutar a verdade, tão incômoda aos ouvidos dos soberbos; dizia que os oradores de Atenas lhe tinham prestado um grande serviço censurando-lhe os defeitos, pois só assim poderia corrigir-se.
– Ponde-o em liberdade – disse Filipe – não sabia que era dos meus amigos.
– Vejamos primeiro se lhe demos motivo para isso.
Filipe ouviu-o com paciência. Ao final perguntou ao agressor:
– Que poderia eu fazer que fosse agradável à República? Obteve a resposta:
– Enforca-te.
Os expectadores, indignados, dispunham-se a puni-lo. Filipe não deixou, dizendo:
– Deixai em paz esse bobo; e dirigindo-se aos outros embaixadores:
– Dizei aos vossos compatriotas que aquele que insulta deste modo é muito inferior
ao que, podendo puni-lo, perdoa-lhe.
mas por humildade; cada um considere os
outros superiores a si mesmo. Não atente cada
um para o que é propriamente seu, mas cada
qual também para o que é dos outros. De sorte que
haja em vós o mesmo sentimento que houve
também em Cristo Jesus" (Fp 2.3-5).