Um dos grandes problemas vividos pela humanidade é a falta de perdão, problema que tem destruído as pessoas e seus relacionamentos. O ser humano de nossos dias não tem mais exercitado a prática do perdão.
Devido à dureza do coração, o homem se torna cada dia mais egoísta, individualista e orgulhoso. Não há mais espaço para a compreensão do seu próximo. A minha verdade se torna absoluta para mim, e a verdade do outro se torna subjetiva; não há mais dedicação a prática do perdão. Se uma pessoa me magoa, simplesmente eu me afasto dela e a esqueço. Torna-se mais fácil deixar a questão de lado e seguir cada um o seu caminho.
Isso também demonstra a superficialidade dos relacionamentos de hoje. Compromissos são firmados facilmente, e se vão, também, na mesma facilidade. Quando um dos lados erra, não há esforço para que haja reconciliação, ambos seguem seus caminhos separadamente.
Pedro, aproximando-se de Jesus, disse: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Então Jesus lhe disse: “Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete. (Mt 18.21,22).
Quando Jesus nos ensinou sobre a necessidade do perdão, ele não disse que era um processo fácil. O perdão é um problema de ordem volitiva, ou seja, os indivíduos envolvidos na questão precisam ter vontade, precisam se dispor a resolver a situação; precisam se dispor a pedir perdão e a perdoar.
Quando olhamos para uma situação em que há necessidade de perdão, devemos olhar para a situação de forma a ver todas as verdades envolvidas. Os dois lados do conflito podem apresentar sua versão da verdade, da realidade do fato ocorrido. A verdade do outro não é a minha verdade, diria uma das partes. É preciso que os dois lados se disponham a olhar a situação na ótica do outro para que possa haver uma maior compreensão de ambas as partes.
A culpa na questão nunca é solitária. Ambos os indivíduos têm culpa na questão. Culpa por ofensa, ou culpa por omissão de perdão.
“Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Cl 3.12,13 – NVI).
Por: Fábio Evangelista Gomes